domingo, 28 de março de 2010


O OFÍCIO DE PROFESSOR;
História, Perspectiva e Desafios Internacionais
Organizadores:
Maurice Tardif e Claude Lessard
As transformações atuais do ensino: três cenários possíveis na evolução da profissão;
A importância da educação como uma profissão humanizada que pode marcar positivamente ou negativamente diante da complexidade que caracteriza o processo de ensino aprendizagem, no contexto escolar sendo o ensino uma das mais antigas profissões, que durante muito tempo apresentada como uma vocação, ofício e profissão, um apostolado, um sacerdócio em três concepções exprime a linha de evolução do ensino. No entanto, essa linha está próxima dos construtores dos atores, e o pesquisador deve distanciar-se deles, para que a sua analise não seja um eco erudito no terreno. Além disso, estamos aqui na ordem das representações; não é certo que estas correspondam à realidade, como dizem os sociólogos da esfera crítica, que preferem ver nas tendências recentes exatamente o contrário da profissionalização, isto é, diversas formas de desqualificação e de proletarização do ofício (APPLE, 1980;HARRIS, 11982; OZOGA, 1995; SEDDON,1997). O professor o oficio, uma função segundo Charlot, quando o equilíbrio de um sistema é rompido, esse sistema sofre um mal estar (CHARLOT,1987, p.28 ). Partindo dessa perspectiva, propomos aqui uma reflexão sobre a evolução atual do ensino. Baseada nos trabalhos empíricos dos últimos anos sobre a da profissão docente e numa releitura de vários trabalhos contemporâneos, essa reflexão pretende ser uma tentativa de cenarização do futuro do ensino, isto é, uma formulação inteligível e relativamente coerente de alguns cenários evolutivos capazes de explicar, de modo plausível, que modelam atualmente o dever da profissão docente.
Segundo Meirieu (1990, p.15 ). Destaca o momento paradoxal que vivenciamos em nossa sociedade atual, a ¨sociedade da aprendizagem¨, pois se temos de um lado cada vez mais pessoas com dificuldade para aprender, por outro lado, o tempo para aprender tem se estendido e prolongado, exigindo uma aprendizagem ao longo da vida. A aprendizagem é conforme o autor um caminho para o desenvolvimento pessoal, cultural e econômico das pessoas. Desenvolver uma educação de qualidade configura-se enquanto uma constante busca das instituições educacionais. Para se alcançar este objetivo, é imprescindível a implantação de ações amparadas no trabalho em equipe e em um sistema de gestão escolar que tenha como prioridade a formação docente continuada defende que ¨não se trata de mais de administrar pessoas, mas de administrar com as pessoas. As organizações cada vez mais precisam de pessoas proativas, responsáveis, dinâmicas, inteligentes, com habilidades para resolver problemas, tomar decisões. ¨ a partir desse contexto, o professor assume um papel fundamental, ele é a ¨alma¨ do processo de aprendizagem, pois as relações de ensino, encontram-se sob sua responsabilidade.
O professor precisa ir além do conhecimento teórico, tendo percepção e sensibilidade na identificação dos alunos, bem como a busca de soluções conjuntas que valorizem um trabalho educacional de qualidade. Esse profissional precisa manter-se atualizado, indo à busca de fontes de informação e refletindo a respeito de sua prática ( Nova, 2001). Uma dentre suas diversas atribuições relaciona-se ao acompanhamento do trabalho com o aluno, sendo responsável pela articulação entre os envolvidos na comunidade educacional.
O relacionamento entre o professor é o aluno é um fator decisivo para a gestão democrática, que exige estratégias formuladas adequadamente para que o professor não perca seu foco, ele precisa atentar para o cenário que se apresenta a sua volta, valorizando os profissionais envolvidos neste contexto.
Precisa estar consciente de sua responsabilidade, pois as diversas informações, relacionadas ao seu trabalho fazem parte dessa trajetória, Para isso, é relevante a reflexão sobre sua própria prática na busca de superação dos obstáculos e aperfeiçoamento do processo de ensino aprendizagem.
Diante do exposto, considera-se importante uma reflexão final a respeito da idéia de que o ensino e a instituição escolar desenvolvendo, o papel de um filtro entre a sociedade e a cultura por um lado, e as jovens gerações por outro lado; o ensino retomando para si diferentes elementos do contexto social, inclusive elementos potencialmente contraditórios. O que é novo é a aceleração da transformação, tanto da sociedade quanto da cultura, o que torna a função da escola certamente tão importante quando foi anteriormente.

Bibliografía:
CHARLOT, B (1987),L,école en mutation. Paris;Payot.
MEIRIEU, P.(1990). Enseigner: scénario pour un métier nouveau.2. ed. Paris; ESF.
NOVOA, A. professor se forma na escola. Nova escola,142. Maio, 2001.
HTTP: //ensino. Univates.br/~atos/navega/images/ artigo14.rtf

quinta-feira, 18 de março de 2010




JONH DEWEY
O filósofo norte-americano defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças, o pensador que levou a prática para a escola. É nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo embora ele preferisse o nome instrumentalismo uma vez que, para essa escola de pensamento, a idéia só tem importância desde que sirva de instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento – físico, emocional e intelectual.
O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior da escola.
Por isso, a escola deve proporcionar práticas conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma isolada. Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. A medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos e crianças se ampliou demais. Daí a necessidade da escola, um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição, segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e a compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo.¨ Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparados para a vida e, outro, vivendo¨.
Ensinou argumentando que o aprendizado se da justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A educação, na visão deweyana, é ¨uma constante reconstrução da experiência, de forma dar-lhe cada vez mais sentido habilitar as novas gerações a responder aos desafios da sociedade.¨ educar portanto é mais do que reproduzir conhecimentos. É incentivar o desejo de desenvolvimento continuo, preparar pessoas para transforma algo. (A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos).
A meta da vida é a perfeição, mas o eterno processo de aperfeiçoamento, amadurecimento, refinamento. Uma das principais lições deixadas por John Dewey é a de que não havendo separação entre a vida e a educação, esta deve preparar para a vida, promovendo seu constante desenvolvimento. Como ele dizia, ¨as crianças não estão num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo. Então qual é a diferença entre preparar para á vida e para passar de ano? Como educar alunos que tem realidades tão diferentes entre si e que, provavelmente, terão futuros tão distintos?

sábado, 6 de março de 2010



Será que você entende a importância da Educação Infantil na vida das crianças?

Tornar obrigatório a matricula das crianças na Educação Infantil (creche e pré-escola) é muito importante para o bom desenvolvimento infantil. É nos primeiros anos de vida que se definem o potencial de aprendizado, a estabilidade emocional, valores e diversas habilidades. Vários estudos mostram que quanto mais cedo a criança começa a freqüentar os Centros de Educação Infantil, maior a possibilidade de que tenha um bom futuro, inclusive financeiro. Vale lembrar que estes CMEIs (creche e a pré-escola) também colaboram com as mães: com o filho nos CMEIs desde cedo, elas podem trabalhar e garantir um aumento de renda (além de que, muitas vezes, a mãe é solteira e, portanto, a única fonte de renda da família).
• Uma criança que curse um ano de pré-escola, quando for adulta, tende a ter um salário até 6% maior do que alguém que não fez nenhum ano de Educação Infantil.*• Uma criança que freqüente dois anos de pré-escola tende a ter um aumento de um quinto no seu poder de compra quando for adulta.*** Banco Mundial, Desenvolvimento da Primeira Infância: foco sobre os impactos da pré-escola, Brasília, 2002.** Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea).

segunda-feira, 1 de março de 2010


Educação Infantil: formação, a base de tudo.

A população brasileira, a partir da progressiva consciência de seus direitos e da participação em movimentos sociais, tem o papel central numa das maiores conquistas á educação infantil no Brasil porque não dizer também em Natal: o reconhecimento, na Constituição de 1988, do direito à educação de todas as crianças de 0 a 6 anos e do dever do Município (educação infantil) em creches e pré-escolas para tornar fato este direito.
Movimentos sociais e instâncias públicas (municipais) vêm se esforçando no sentido de expandir com qualidade a educação infantil e enfrentar os desafios que se colocam.
Pela primeira vez na história da educação de Natal/rn, 2007, foi formulada uma política municipal de educação infantil, consolidada com um quadro funcional de profissionais qualificados, que recebeu o titulo de Educador Infantil.
Mas, para que a educação infantil de qualidade seja de fato direito de todos coloca-se como desafio urgente, a formação profissional de todos os professores: formação que respeite as especificidades da educação infantil como direito à educação de todos (crianças e professores); formação nas áreas básicas do conhecimento da primeira infância; e formação cultural, com oportunidade de se discutir valores, preconceitos, experiências e a própria história.
Formação entendida como qualificação, na melhoria da qualidade do trabalho pedagógico, e de profissionalização, garantindo avanço na escolaridade, carreira e salário.
Formação que implica em constituir identidades, ponto crucial frente às crescentes dificuldades enfrentadas por professores da educação infantil, (educador infantil).
Formação permanente exercida com condições dignas de vida e de trabalho e concebida no interior de uma política cultural sólida e consistente.
Formação que – seja continuada (com novas propostas pedagógicas), seja inicial em cursos de educação infantil com especialista da área, em escolas de formação e nas universidades) - garanta espaço para a pluralidade e para que professores narrem suas experiências, reflitam sobre práticas e trajetórias vividas, compreendam a sua própria história, redimensionem o passado e o presente, ampliem seu saber e seu saber fazer. No entanto, hoje há previsão orçamentária ou dotação de recursos financeiros específicos para a educação infantil não é suficiente, e recursos são cruciais, de modo a que não tenhamos apenas uma conquista formal. Se as crianças são cidadãs e a educação infantil é um direito, não destinar recursos é abrir mão de concretizá-lo; é negar esse direito às populações infantis. E o custo social deste descaso será inestimável.
A formação cultural das crianças e seus professores é direito de todos, pois todos - crianças e adultos - são sujeitos históricos e sociais, cidadãos produzidos na cultura e criadores de cultura. Cidadãos que têm direitos sociais, entre eles o direito à educação.
Eliana Torres.