segunda-feira, 1 de março de 2010


Educação Infantil: formação, a base de tudo.

A população brasileira, a partir da progressiva consciência de seus direitos e da participação em movimentos sociais, tem o papel central numa das maiores conquistas á educação infantil no Brasil porque não dizer também em Natal: o reconhecimento, na Constituição de 1988, do direito à educação de todas as crianças de 0 a 6 anos e do dever do Município (educação infantil) em creches e pré-escolas para tornar fato este direito.
Movimentos sociais e instâncias públicas (municipais) vêm se esforçando no sentido de expandir com qualidade a educação infantil e enfrentar os desafios que se colocam.
Pela primeira vez na história da educação de Natal/rn, 2007, foi formulada uma política municipal de educação infantil, consolidada com um quadro funcional de profissionais qualificados, que recebeu o titulo de Educador Infantil.
Mas, para que a educação infantil de qualidade seja de fato direito de todos coloca-se como desafio urgente, a formação profissional de todos os professores: formação que respeite as especificidades da educação infantil como direito à educação de todos (crianças e professores); formação nas áreas básicas do conhecimento da primeira infância; e formação cultural, com oportunidade de se discutir valores, preconceitos, experiências e a própria história.
Formação entendida como qualificação, na melhoria da qualidade do trabalho pedagógico, e de profissionalização, garantindo avanço na escolaridade, carreira e salário.
Formação que implica em constituir identidades, ponto crucial frente às crescentes dificuldades enfrentadas por professores da educação infantil, (educador infantil).
Formação permanente exercida com condições dignas de vida e de trabalho e concebida no interior de uma política cultural sólida e consistente.
Formação que – seja continuada (com novas propostas pedagógicas), seja inicial em cursos de educação infantil com especialista da área, em escolas de formação e nas universidades) - garanta espaço para a pluralidade e para que professores narrem suas experiências, reflitam sobre práticas e trajetórias vividas, compreendam a sua própria história, redimensionem o passado e o presente, ampliem seu saber e seu saber fazer. No entanto, hoje há previsão orçamentária ou dotação de recursos financeiros específicos para a educação infantil não é suficiente, e recursos são cruciais, de modo a que não tenhamos apenas uma conquista formal. Se as crianças são cidadãs e a educação infantil é um direito, não destinar recursos é abrir mão de concretizá-lo; é negar esse direito às populações infantis. E o custo social deste descaso será inestimável.
A formação cultural das crianças e seus professores é direito de todos, pois todos - crianças e adultos - são sujeitos históricos e sociais, cidadãos produzidos na cultura e criadores de cultura. Cidadãos que têm direitos sociais, entre eles o direito à educação.
Eliana Torres.


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